Uma Semana do barulho (1)
Findou a Semana Dom Helder Camara em Fortaleza, ao entardecer do dia 02 de outubro, quando uma placa comemorativa foi fixada, por umas 120 pessoas, a uma árvore do Passeio Público (“Praça dos Mártires”, para os iniciados), frente ao local onde Helder Pessoa Camara veio ao mundo, em 7 de fevereiro de 1909. Passados alguns dias, pode-se arriscar uma primeira avaliação. Colocamos, para tanto, alguns dados da Semana à disposição:
• As duas ocasiões em que o documentário “Dom Helder – o santo rebelde” foi projetado, no teatro do Centro Cultural Dragão do Mar (cujo apoio “O Grupo” não se cansa de agradecer), reuniram ao todo um público de aproximadamente 550 pessoas, de idades e classes sociais bem diversificadas, sendo que a 1ª sessão (sábado à noite) superlotou e um número não pequeno de interessados ficou sem ver o filme. Significativa foi a presença da juventude de vários bairros da cidade. O debate que se seguiu às duas sessões criou oportunidade para testemunhos pessoais fortes e, aqui e acolá, comoventes; o professor de História da UFC, Dr. Régis Lopes, soube contextualizar a figura de Dom Helder sem abafar as participações da platéia. A ele, nossa gratidão!
• Durante o ciclo de conferências no auditório do Colégio Santo Tomás de Aquino (igualmente merecedor dos nossos mais profundos agradecimentos), registrou-se nas três noites, em média, uma platéia de 275 pessoas! A participação da juventude neste ambiente mais reflexivo, porém, foi escassa. As bolsas e camisas comemorativas, colocadas à venda por “O Grupo”, encontraram grande saída, de forma que sobraram poucas. Só na última noite, 85 exemplares do livro polêmico de Dom Clemente Isnard (“A Experiência ensina o Bispo”) foram vendidos. O jornalista cearense Luís Carlos Fonteles, da Rádio Senado de Brasília, veio especialmente a Fortaleza para disponibilizar, aos participantes do evento, 60 cópias de um documentário radiofônico produzido recentemente por ele, intitulado “Um homem chamado Helder”. O CD pode ser adquirido, gratuitamente, através de “O GRUPO”. Valeu, Luís Carlos! Percebemos a mão de Deus (e de dom Helder, claro...) em tudo isso...
• Entre 120 e 140 pessoas acompanharam em plena tarde de sexta-feira a Caminhada “Ai de mim se eu me calar”, pelas ruas do centro comercial de Fortaleza, cantando hinos em homenagem a cristãos (e até a não-cristãos como o “Betinho”!) que exerceram um papel profético na sociedade brasileira. Um texto profético forte (“Oração a Mariama”) de dom Helder Camara foi declamado frente à catedral metropolitana, chamando a igreja local para um engajamento maior e mais contundente nos conflitos sociais de nossa cidade. Ponto alto foi a proclamação, no final do percurso, de um “Pacto da Praça dos Mártires”, assumido pelos manifestantes, em analogia ao “Pacto das Catacumbas” no qual, em 16 de novembro de 1965, 40 bispos de vários continentes e países se comprometeram, na catacumba de Santa Domitila em Roma, a fazer da libertação dos pobres e oprimidos a causa principal do seu ministério.
• Digna de registro foi a presença – sempre discreta, porém firme e solidária – de Dom Edmilson Cruz durante as conferências noturnas. Justamente por ter sido a única autoridade eclesiástica a prestigiar o evento (não que os outros bispos não tenham sido convidados, nominalmente e por escrito...!), a ele um especial abraço fraterno!
• Agradecemos ainda o apoio valioso recebido da livraria católica Paulus, fiel companheira neste tipo de promoção, e da Rádio Dom Bosco que caprichou na divulgação da Semana. Finalmente: O porte magnífico do evento não teria sido possível sem o generoso patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) – o que só prova, mais uma vez, que há um amplo reconhecimento dos méritos de Dom Helder em meio à sociedade civil, enquanto no interior das igrejas cristãs os “referenciais” já são outros... Portanto, “O Grupo” aplaude de pé a sensibilidade social e cultural do comitê do BNB que foi responsável pelo patrocino!
• Único jornal impresso de grande circulação que veiculou, através de quatro matérias diferentes (entre elas um editorial), notícias acerca da Semana foi “O POVO”. Conseguir uma entrevista, em suas cobiçadas “Páginas Azuis”, com o bispo emérito de Nova Friburgo (RJ), Dom Clemente Isnard, mostrou-se um sonho irrealizável, dada a impossibilidade do nonagenário de deixar o hospital em Recife, onde se encontrava internado.
Um belo trabalho de divulgação foi levado a acabo pela Agência de Notícias Esperança (ANOTE), sobretudo através da criação do blog. Pela ADITAL e – pasmem! – pelo site da Rádio Vaticano que por duas vezes publicou a agenda da Semana! Também o boletim da Arquidiocese incluiu o evento em suas comunicações. A todos e todas que contribuíram para o êxito desta “semana do barulho” estendemos o nosso abraço fraterno e “arrochado”!
Agora: Que lições tirar disso tudo? Quais as pistas para um trabalho continuado de conscientização no futuro próximo? – Voltaremos em breve à carga para tratar destas questões ...
To be continued...
Carlo Tursi, teólogo e membro de “O GRUPO”
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
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